MARATONA MESSIER 2025
26/27 ABRIL
Pedro, mais uma Maratona a que não podemos faltar.
No mês passado fomos ao Pulo do Lobo treinar. Houve coisas que não correram bem — já me tinha caído a montagem ao chão nessa manhã, durante a observação do eclipse parcial na Ericeira.
Vão os Ruis Agostinho e Loureiro; nós, os Pedros Costa e Fernandes, não podemos desperdiçar esta companhia.
E não fazer parte da foto de grupo do Pedro Ré é pecado astronómico!
O Nelson, de quem somos sempre devedores da simpatia e boa disposição, recebe-nos sempre fazendo-nos sentir indispensáveis. Obrigado por tudo!
O Rui Loureiro trouxe a APAA até todos os presentes.
O Pedro Ré apresentou as possibilidades do ASIAIR.
O Pedro Costa fez-nos a todos pensar ser uma boa ideia, na próxima, trazermos umas folhas de papel e uns lápis…
A apresentação da Leonor Bernardo, da FCUL, sobre astrobiologia em Marte, despertou em mim uma admiração por esta geração, fruto do desenvolvimento de oportunidades de formação em estudos de elevada competência e qualidade. Ficam os meus votos de êxito em futuros estudos.
Chegada a hora de montar as unidades de captação de fotões — mensageiros da vastidão do espaço, que nos alcançam na forma de estrelas ou objetos do céu profundo, após viagens de centenas ou milhares de anos.
Desta vez íamos vasculhar o caixote do lixo de Monsieur Messier! Os 110 mais famosos objetos selecionados com a intenção de serem evitados.
Após as apresentações, aproveitei para esticar as pernas até à entrada na água do antigo acesso à Luz. Nisto, encontro-me com alguém que fotografava garças com uma teleobjetiva gigante. Era o Pedro Mota, que eu não conhecia pessoalmente, mas de quem sempre ouvi falar. O universo é pequeno!
Cheguei ao local de observação e os telescópios nasciam como cogumelos. ‘Ai que já não tenho espaço para o meu!’ Mas tinha.
Há mais do que um tipo de maratonistas, como todos sabemos. Optei pelos ‘batoteiros’. A minha idade já me desculpa estas decisões.
Pois é, toca a montar a minha versão totalmente automática. De qualquer maneira, obriguei-me a fornecer o objeto da sequência ao sistema — parecia mal que ficasse de braços cruzados a ver o esforço dos restantes.
Beneficiei ainda do apoio de duas ‘assistentes’, a Ermelinda e a Luísa, que me deram a simpatia da sua agradável companhia e fizeram o favor de dar atenção às minhas explicações sobre o céu e o funcionamento da parafernália associada ao telescópio.
Hora de capturar fotões a ritmo acelerado — os timings são apertados! A maior parte das fotos foram de 10 segundos, e passa-se à próxima da sequência. Fiz alguns ‘stacks’ apenas às ‘plus belles pièces’.
Experimentei a versão manual melhorada de nivelamento do tripé. Tenho ideia de o tornar completamente automático, com base em motores passo a passo (steppers) comandados por um Arduino Uno. Por outro lado, aprendi que já não é necessária esta preocupação com a horizontalidade do tripé, já que o sistema baseado no ASIAIR trata do assunto.
Entretanto, a organização do evento trouxe as refeições encomendadas por quem optou por não abandonar o local para ir ao restaurante. Obrigado, mais uma vez, Nelson Nunes.
Foi a minha oportunidade de mergulhar na piscina de Juventude que me rodeava e sentir a sensação de ser parte integrante do meio. Admirável massa cinzenta da FCUL.
Esta minha ilusão de rejuvenescimento durou somente até à visão do gajo do outro lado do espelho. Os espelhos não me perdoam um devaneio…
Devo confessar que fiz uma operação de suborno de simpatia junto dos presentes, com base em bolinhos da D. Amélia (minha esposa), que são já famosos e apreciados.
Obrigado a todos!
Obrigado, Professor Rui Agostinho, por ter ‘invejado’ os meus bonecos — que aliás tiveram mérito seu, pela limpeza cuidada da maldita placa corretora do meu velhinho C8.
Na minha batotice, consegui fotos de 96 dos objetos Messier, de um máximo teórico de 106, conforme informação dada pelo Pedro Ré.
Pedro Fernandes